Instituição

A AMFF pretende ser um projecto multifacetado, com oferta de diferentes tipos de música e de experiências artísticas, contribuindo para o gosto pela Música e pela sua prática, proporcionando vivências musicais a muitos jovens que não têm capacidade económica para tal, alargando públicos e dignificando o sistema educativo e a Música em geral e a Portuguesa em particular.

sábado, 30 de junho de 2012

“Mazgani”, Banda de Música Indie Rock


7 Julho| Teatro Diogo Bernardes | 21h30

“Mazgani”, Banda de Música Indie Rock


FICHA TÉCNICA / ARTÍSTICA

MAZGANI VOZ E GUITARRA
SÉRGIO MENDES GUITARRA
PEDRO GONÇALVES GUITARRA
VÍTOR COIMBRA CONTRABAIXO
JOÃO VITOR BATERIA

DURAÇÃO: 75 MINUTOS


Mazgani é um cantautor, que deu início à sua carreira com a edição do álbum "Song of the new heart" no final de 2007. Um debut aclamado pela crítica especializada, com grandes canções, de belas melodias e uma poesia que dificilmente se enquadram no facto de ser somente um primeiro disco.

Shahryar Mazgani começou a cantar em 2004, contando Leonard Cohen, Nick Cave e Tom Waits como alguns pontos de referência da sua voz artística. Para além da poesia e da intensidade dos seus temas, Mazgani conta também com uma presença em palco digna dessas mesmas referências.

A revista de renome “Les Inrockuptibles”, em França, já deu a sua opinião: Mazgani foi considerado um dos 20 melhores novos artistas musicais da Europa. No final de 2008, o International Songwriting Competition, onde figuram nomes como Tom Waits e Jerry Lee Lewis no painel de juízes, premiou com o terceiro lugar o tema "Somewhere Beneath This Sky". Concorreram a esta competição 16,000 artistas de todo o mundo.

2009 foi um ano repleto de actividade: o lançamento do EP "Tell the People" – uma edição Optimus Discos, e a edição internacional "Ladies and gentleman, introducing Mazgani". Esta coletânea reúne 5 temas do EP “Tell the People” e 5 temas do primeiro álbum, bem como, o tema inédito “Slaughterhouse of Love”. Este lançamento foi motivo de várias digressões pelo BeNeLux e Escandinávia, incluindo um showcase no Festival Eurosonic em Janeiro 2010.

Em Abril de 2010, Mazgani lança aquele que é o seu segundo disco de originais “Song of Distance”.

Contando novamente com a produção de Pedro Gonçalves e Hélder Nelson, Mazgani e seus cúmplices recolheram-se no campo e entre caminhos de cabras e olivais, montaram um estúdio improvisado num dos espaços do CENTA (Centro de Novas Tendências Artísticas), tendo gravado 14 canções em cerca de 10 dias. A ambição era encontrar a paixão e a verdade de cada desempenho, a vida de cada canção. O resultado é um disco despojado e nu, que expõe uma voz que canta a solidão dos grandes amores, a falta, a queda e a urgência.

No seguimento da edição nacional do disco, Mazgani atua em França no Festival Europavox 2010 e em território nacional em vários Auditórios e Festivais como o MED Loulé ou Sintra Misty terminando o ano com um concerto no Clube “Moby Dick” em Madrid. Entretanto, “Song of Distance”, foi também lançado no Reino-Unido, onde conta com uma edição digital via a AWAL (ArtistsWithout a Label), plataforma que ajudou a lançar vários projetos de renome, incluindo os Arctic Monkeys. De destacar ainda o lançamento deste álbum nos territórios do Benelux.
 
Mazgani foi, também, a convite do encenador João Lourenço, o responsável pela banda sonora da peça “O Senhor Puntila e o seu criado Matti”, de Bertold Brecht, em cena no Teatro Aberto. Esta peça conta com nomes como Miguel Guilherme e Sérgio Praia, para além de um elenco de 15 atores e 3 músicos que irão interpretar ao vivo os temas compostos por Mazgani.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Master de Guitarra Solista e Ensemble


Com Aires Pinheiro e Michel Sadanowsky

Aires Pinheiro 7, 10, 14, 17, 19, 24, 26 e 31 de Julho (VPA e PTL)

Michel Sadanowsky 11, 12 e 13 de Julho (PTL)

 
Participantes da AMFF 35,00 euros

Participantes externos para um professor 35,00 euros

Participantes externos para os dois professores 60,00 euros

 
Horário Aires Pinheiro
10hs/13hs -Vila Praia de Âncora
14h30/17h30 -Ponte de Lima
 
Horário Michel Sadanowsky 
10hs/13hs e 15hs/18hs – Ponte de Lima 


Informações sobre o alojamento 258 951 165


Inscrições em: https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dGgxVWhHeDZKQVA3b2dZc0lpaUkwZmc6MA

 http://www.facebook.com/events/340971772663602/




Academia de Verão - Master de Saxofone com Gilberto Bernardes

07 de Julho de 2012

Participantes Externos: 10 Euros;
Ouvintes: 5 Euros.

Inscrições em:  https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dG9qam1IWk0zTGpYQ01VeGsyT1k4aUE6MA

Siga o evento no Facebook em: http://www.facebook.com/events/380211162028567/

Tríssono


7 Julho | Abertura da Feira de Artesanato | 18h30
“Tríssono” | Um Século de Guitarra de Coimbra
 
Álvaro Aroso – guitarra portuguesa (coimbrã), José Santos Paulo - guitarra portuguesa (coimbrã) e Eduardo Aroso - viola dedilhada (guitarra clássica)

PROGRAMA
- Carlos Paredes, Verdes Anos

Séc XIX/XX
- Anthero da Veiga
                           Bailados do Minho

Anos 20/30
- Flávio Rodrigues 
                           Valsa em Sol Maior
- Jorge Morais “Xabregas”
                           Variações em Lá menor
- Artur Paredes
                           Variações em Sol Maior

Anos 30/40
- António Carvalhal 
                           Variações em Lá Maior
- Armando Carvalho Homem
                           Variações em Ré menor
- José Amaral 
                           Variações em Lá menor

Anos 50/60
- João Bagão
                           Variações em Lá menor
- António Brojo
                           Estudo em Lá

Anos 70
- Álvaro Aroso
                           Renascer
- Carlos Paredes
                           Variações sob uma dança popular 



Álvaro Aroso nasceu em Coimbra, em 1954. Licenciado em Economia. Fez parte de grupos musicais académicos. Colaborou em programas de televisão. É intérprete e compositor de guitarra de Coimbra.

José Santos Paulo nasceu em Nova Freixo, Moçambique, em 1960. Fez parte de grupos musicais académicos. Colaborou em programas de televisão. Diplomado com o Curso de Canto do Conservatório, intérprete de guitarra de Coimbra, é professor deste instrumento no Conservatório de Música de Coimbra. Publicou Método de Guitarra Portuguesa, obra que contempla um ensino progressivo, desde simples exercícios a peças para instrumento solista e orquestra.

Eduardo Aroso nasceu em Coimbra, em 1952. Licenciado em Música (ensino genérico). Fez parte de grupos musicais académicos. Colaborou em programas de televisão. Intérprete de viola dedilhada (guitarra clássica), autor de poemas e fados/baladas, bem como de música para guitarra de Coimbra e guitarra clássica. Publicou, entre outros, A Guitarra Portuguesa – Património Cultural.

Para além deste programa instrumental intitulado 12 peças e 12 autores, os elementos do TRÍSSONO constituem, com outros, a Tertúlia do Fado de Coimbra, grupo com cerca de 4 décadas, com atuações nos cinco continentes, tendo uma discografia que contempla desde os chamados temas “clássicos” de Coimbra (Relíquias CD) aos originais do próprio grupo (Amanhecer em Coimbra CD). Álvaro Aroso, José Santos Paulo e Eduardo Aroso fizeram parte do grupo «Quatro Elementos», tendo gravado o CD intitulado O meu lugar, com músicas originais sobre poemas de António Arnaut. José Santos Paulo e Eduardo Aroso gravaram também, recentemente, a obra completa de Flávio Rodrigues, guitarrista de Coimbra. 

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Encontro com um Piano


6 Julho | Teatro Diogo Bernardes | 18h30
“Encontro com um Piano” | Vasco Rocha


PROGRAMA

- Bach (1685/1750) 
                           Fantasia Cromática e Fuga em Ré menor
- Liszt- Paganini (1811/1886) 
                           Estudo nº2 em Mi bemol Maior
- Beethoven (1770/1827) 
                           Sonata nº18, em Mi bemol, op.31 no.3
- Ravel (1875/1937) 
                           Sonatina





Vasco Silva Dantas Rocha nasceu no Porto, em 1992. Fez Com a sua primeira apresentação pública como pianista aos 6 anos de idade. Em 2000, foi admito com distinção no Conservatório de Música do Porto. Desde então, já atuou como pianista e violinista em mais de uma centena de eventos musicais, em variadas salas de renome, em Portugal, Espanha, Grécia e Reino Unido, tais como, Teatro de San Agustin, Whiteley Hall, Amaryllis Fleming Concert Hall, Casa da Música, CCB, Auditório Caixa Nova de Vigo, Europarque, Grémio Literário de Lisboa, Ateneu Comercial do Porto, Teatro Helena Sá e Costa, Museu Romântico do Porto, Salão Árabe do Palácio da Bolsa, entre outros.
De entre os vários prémios obtidos em diferentes concursos em Portugal e Espanha, destacam-se os seguintes primeiros prémios: Concurso de música de Câmara Maestro Ivo Cruz (em 2004 e 2008), Concurso de Piano de Vigo (2006 e 2010); Concurso de Piano “Marília Rocha” (“2006”); Concurso Ibérico de Piano do Alto Minho (2007 e 2011); Concurso Internacional de Piano do Fundão (2007); Concurso de Piano de Paços de Brandão (2007); Concurso de piano Elisa Pedroso (2009); Concurso Internacional de Piano “Florinda Santos” (2010); Concurso de Piano de “Santa Cecília”, Porto (2011). Foi também distinguido com o “Prémio Casa da Música 2009”.
Em Junho de 2010, completou os seus estudos no Conservatório de Música do Porto (8ºgrau), com a nota máxima de 20 valores, onde foi sempre aluno da pianista Rosgard Lingardson. Participou em diversas masterclasses de piano e violino com professores conceituados, tais como, Dimitri Alexeev, Álvaro Teixeira Lopes, Phillipe Cassard, Andrew Ball, Pedro Burmester, Ian Jones, Betty Haag-Kuhnke, Sergei Covalenco, Fausto Neves, Peter Donohoe, entre outros. Recebeu conselhos do Maestro Ivo Cruz. Gravou em CD, a convite da Rádio Galega, em Vigo, no Auditório Caixa Nova, e também em Manchester no Grande Auditório do Chetham’s College. Em Janeiro de 2011 realizou, na “Sala Suggia” da Casa da Música, um recital de piano após ter sido premiado com o “Prémio Casa da Música 2009”. Em Setembro de 2010 iniciou os seus estudos no Royal College of Music, em Londres, onde trabalha com o conceituado professor Niel Immelman.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Um pedaço de história

“Diálogo de Cordas”

5 Julho | Teatro Diogo Bernardes | 18h30
“Diálogo de Cordas”
Eliseu Silva Violino | Olga Amaro Piano




PROGRAMA
I
- C. Saint-Saens (1835/1921)
                       Introduction et Rondo Capriccioso op. 28
- F. Kreisler (1875/1962)
                       Liebesleid
- C. Debussy / J. Heifetz (1901/1987)
                       Beau Soir
- P. Tchaikovsky (1840/1893)
                       Valse-Scherzo op.23

II
- I. Albeniz (1860/1909) 
                       Tango op.165
- E. Granados / F. Kreisler (1875/1962) 
                       Danse Espagnole
- H. Villa-Lobos (1887/1959)
                       O Canto do Cisne Negro
- A. Piazzolla (1921/1992) 
                       Libertango
                       Milonga en re
                       Fracanapa
- C. Gardel (1887-1890?/1935)/ J. Williams 
                       Por una Cabeza


Eliseu Silva, natural do Porto, nasceu em 1983. Ingressou no Conservatório de Música do Porto, na classe de violino do Prof. José Paulo Jesus. Licenciou-se na ESMAE com classificação máxima na classe do professor Radu Ungurano. Estudou paralelamente com Prof. Valentin Stefanov. Realizou Pós-Graduação em Performance e Mestrado em Pedagogia e em Ensino de Música, na Universidade de Aveiro. Atualmente, é doutorando no Curso de Música e Musicologia, vertente de Interpretação, na Universidade de Évora.
Obteve diversos prémios e galardoes nos concursos "Júlio Cardona" (Covilhã) e Prémio Jovens Músicos - Rádio Difusão Portuguesa, assim como no Concurso Superior de Interpretação do Estoril, Concurso de Cordas da Yamaha Music Foundation Of Europe e Concurso Helena Sá e Costa, Prémio Engº António de Almeida, Prémio Rotary Club Porto e Concurso Internacional de violino José Augusto Alegria. Em Março de 2005 obteve a Bolsa de Mérito do I.P.P Instituto Politécnico do Porto. Foi convidado pelo professor Uwe-Martin Heiberg para integrar a sua classe na Hochschule Fur Musik Hanns Eisler Berlin.
Em 2003 foi o primeiro violinista português a ser membro da GUSTAV MAHLER JUGEND ORCHESTER(GMJO), para uma Easter Tour na Suiça e no Japão com Pierre Boulez. Apresentou-se a Solo com variadas orquestras e agrupamentos musicais como a Orquestra de Câmara do Conservatório Música do Porto, Sinfonieta da ESMAE, Orquestra Filarmonia das Beiras, Orquestra Académica do Porto, Ensemble Música Esperança e Lusitanæ Ensemble, Orquestra do Vale do Sousa, desempenhando em muitas destas o cargo de concertino e como solista Fez vários recitais pelo país e no estrangeiro, a solo e com piano. Destacam-se os mais recentes, realizados em Bucareste e Constanza (2011) com a pianista Olga Amaro e, ainda, concertos inseridos nos Festivais de Outono em Aveiro, Festival de Cascais, Ponte de Lima, Vila Real e Bragança. Orientou várias Master-Classes em Aveiro, Porto e Maia. Como repercussão do seu trabalho de Mestrado dirige e coordena um projecto de cariz social, envolvendo o Curso de Musica Silva Monteiro Câmara do Porto, o Ministério da Educação, a Bial e o BPI em que tem a orquestra como instrumento dinamizador.

Olga Amaro é diplomada pela Universidade de Stellenbosch, integrando durante anos a classe da pianista Nina Schumann, com quem concluiu em 2008 o grau de Mestre em Piano Performance cum laude. Ao longo do seu percurso musical foi aluna de Eugénia Moura (AMFF) e Constantin Sandu (ESMAE) formando-se paralelamente com músicos como Helena Sá e Costa, Sequeira Costa, Vladimir Viardo, Konstantin Sherbakov, Alexei Lubimov, entre outros.
Detentora de vários prémios a nível nacional e internacional, entre eles o 1º Prémio no Concurso Nacional Florinda Santos (1996), Mabel Quick Competition e o 1º Prémio na Categoria de Ensemble do ATKV-Muziq Competition (Pretória, África do Sul), Olga Amaro é uma presença regular como solista e músico de câmara, tendo realizado concertos em Portugal, Espanha, Roménia, África do Sul e Moçambique.
De 1997 a 2003 foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, tendo também recebido o Prémio Lions Clube e a Bolsa de Mérito do Instituto Politécnico do Porto (2002). Em Outubro de 2011 foi laureada com o Prémio de Melhor Pianista do 5º Concurso de Canto Lírico da Fundação Rotária Portuguesa. Presentemente ocupa o cargo de pianista acompanhadora da AMFF.

terça-feira, 26 de junho de 2012

“Viagem a Buenos Aires” - Concerto encenado


4 e 6 de Julho | Teatro Diogo Bernardes | 21h30
“Viagem a Buenos Aires” - Concerto encenado
Marina Pacheco & Olga Amaro
Conceção - Marina Pacheco, Olga Amaro e Pedro Lamares



Encenação e Dramaturgia - Pedro Lamares
Luz - Pedro Cabral
Fotografia - António Carlos Matos
Som - Inês Lamares
Figurino - Elisabete Castro

CO-produção - Marina Pacheco & Olga Amaro / Em Cena (AMFF)
Interpretação
Voz - Marina Pacheco
Piano - Olga Amaro
Violino - Carlos Pinto da Costa
Violoncelo - Nuno Cruz
Poemas ditos - Pedro Lamares


Quando pensamos em Tango, pensamos quase inevitavelmente num homem e numa mulher. Num vestido vermelho que revela as pernas em meias rendadas. Numa rosa na boca, se quisermos ir ao limite do lugar-comum. Em suma, pensamos na expressão da sensualidade, num belíssimo jogo de sedução. Numa iminência latente que lembra o cinema, quando a cena é cortada no auge da tensão erótica para uma elipse de tempo, porque é já claro para o espetador o que aconteceu entretanto. Se é verdade que, na arte como na vida, a “sugestão” preserva uma sensualidade e elegância que normalmente a “exposição” acaba por desmistificar, não é menos verdade dizer que o Tango nem sempre foi tão elegante e contido. Tão conveniente aos nossos padrões sociais europeus.
Nascido nas zonas portuárias de Buenos Aires e Montevideo em pleno séc. XIX, era dançado inicialmente entre homens, por vezes como expressão bélica, de faca na mão, em disputa por um “engate”, um “estatuto” ou por outros desacatos. Segundo se sabe, terá nascido entre os marinheiros alemães e a população local, com a música que por ali se fazia. Só depois começou a ser dançado em pares mistos, nos prostíbulos. Em todo caso, é inequívoco que o Tango nasceu entre os marinheiros que desembarcavam nas margens do Rio de Prata em busca de algo mais do que mantimentos e descanso. Décadas mais tarde começou, a custo, a ser aceite e dançado pelas classes mais altas até ser “importado” pela sociedade parisiense e definitivamente disseminado pela Europa e resto do mundo. Hoje é Património Imaterial da Humanidade, designado pela UNESCO.
Fruto das viagens e dos marinheiros, nasceu na América do Sul e tornou-se, ele próprio, pela sua riqueza e simbologia, a embarcação que leva a bandeira da cultura argentina pelo o mundo, tendo sido responsável por nos dar a conhecer músicos como Astor Piazzolla e Carlos Gardel. Hoje, é indissociável do nosso imaginário de Buenos Aires. O Tango traz-nos a Argentina, como a Bossa Nova nos leva ao Brasil e Hollywood nos traz os Estados Unidos. Porque a arte não só viaja como nos ensina a viajar.
Só se pode ver bem com o coração. O essencial é Invisível aos olhos, escreveu Saint-Éxupery. Foi assim que quisemos olhar o Tango, nesta viagem. Sem a pretensão de contar a sua história, sem o delírio de pretender estar lá, estando cá. Focando na identificação em detrimento da ilustração. Cerrando os olhos para aprender a olhar. E sentimos o fado muito próximo. Talvez porque “O Tango é um sentimento triste que se pode dançar”, segundo Discépolo, poeta Argentino.
O espetáculo é uma viagem musical, poética e fotográfica pelo nosso imaginário, partindo de Portugal, com escala em Cabo Verde e no Brasil, destino a Buenos Aires, que pode ser qualquer lugar dentro de nós. Daqueles que nos trazem memórias de coisas que não vivemos, pelo menos de forma consciente. Procuramos a tal “iminência”. A “sugestão”. A “elipse” entre pensar em ir e já lá estar. O “quase” que tantas vezes somos e a “saudade” que dizemos que somos e tantas vezes não sabemos bem de quê...

Pedro Lamares