10 Julho|
Cooperativa LimaTerrae| 18h30
“O Universo
Brassens”
Michel
Sadanowsky Guitarra | Pedro Lamares Voz
MICHEL
SADANOWSKY é filho de mãe francesa, antiga violinista e de pai russo. Descobre
a guitarra aos 12 anos e a paixão por este instrumento vai marcar toda a sua vida.
Em Paris, encontra os grandes mestres da guitarra clássica como Turibio Santos,
Cacérès, Ponce e Lagoya. Trabalha novas concepções musicais com Schwartz, aluno
de John Cage e com guitarristas da nova geração como John Williams, Roberto
Aussel e Alvaro Pierri, Martinez-Zaraté e sobretudo Abel Carlevaro. Ganha o
Concours International de Guitare de Paris. Começa nesse ano a sua carreira
internacional e os contractos com grandes firmas como YAMAHA e SAVAREZ. Atualmente,
partilha o seu tempo entre os concertos e a supervisão de uma colecção de
obras, transcritas para guitarra, nas Éditons Billaudot. Editou, até aos dias
de hoje, várias integrais de Bach e de Dowland e gravou vários cd’s, sozinho ou
em trio. Apaixonado pelo flamenco, confiou o manuscrito da sua obra «Rayon
vert», a primeira Suite flamenca escrita para guitarra, às Éditions Combre.
Orienta regularmente estágios e master classes no Japão, China, Europa,
Austrália e Estados Unidos da América, e criou o Stage International de Guitare
en Côte Basque, que funciona em Biarritz, desde 1986. Participa em júris de
inúmeros concursos internacionais e, de 1995 à 1998, dirigiu o Departamento de
Guitarra da Escola Juan Pedro Carrero de Barcelona. A sua delicadeza, aliada a
uma espantosa virtuosidade, fazem dele um artista de presença excecional.
PEDRO LAMARES
é um ator português, natural do Porto. Estudou Interpretação na Academia
Contemporânea do Espectáculo, entre 1998 e 2001. Participou em representações
de As Três Irmãs, de Tchekov, Tio Vânia, de Howard Barker, O Quebra Nozes, de
Tchaikovsky, O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, de Jorge Amado, Os
Saltimbancos, de Chico Buarque, e Carmina Burana, de Carl Orff. Pertence ao
coletivo Caixa Geral de Despojos, com o qual colabora nas Quintas de Leitura,
espetáculos de poesia, música e performance no Teatro do Campo Alegre, desde
2003. Na televisão colaborou em várias produções da TVI, desde 2005, bem como
da RTP e numa co-produção da RTP com a Rede Bandeirantes, gravada no Rio de
Janeiro. Participou ainda nas curtas-metragens Supercolla, de David Bonneville
(2000), e De alto e coração, de Clara de Oliveira (2008), na média-metragem
Chapéu-de-chuva, de Diogo de Sousa (2008), na mini-série “República”, de Jorge
Paixão da Costa, contracenando com Joaquim de Almeida (2010) e na longa
metragem “O Desassossego”, de João Botelho (2010). Foi professor de Expressão
Dramática no Colégio do Sardão, em Oliveira do Douro, entre 2004 e 2006. Colabora,
desde 2010 com a Academia de Música Fernandes Fão e é responsável pelo projeto
“Em Cena” nesta instituição.
O UNIVERSO
BRASSENS
Georges
Brassens ocupa um lugar de destaque não somente na canção, mas também na poesia
francesas e influenciou toda uma geração de compositores e intérpretes de
diversas nacionalidades. Este compositor de incontestável talento, que veio a
tornar-se um indiscutível ícone da canção francesa e cuja extensa obra foi
traduzida em quase todos os idiomas do planeta (inclusive em esperanto), é
venerado até hoje não apenas por seus compatriotas, mas também por inúmeros
estrangeiros (francofones ou não) que se deleitam com seu repertório cheio de
verve e não-conformismo.
Brassens
impôs um estilo e despertou no grande público o gosto pela poesia. As suas
letras são verdadeiros poemas de incomparável valor literário e de um conteúdo
profundamente humanístico. Embora tendo sido considerado “um trovador
contemporâneo”, os temas abordados no conjunto de sua obra permanecerão sempre
atuais, pois retratam nada mais, nada menos que a condição humana.
Georges
Brassens nasceu aos 22 de outubro de 1921 na cidade francesa de Sète, porto do
Mar Mediterrâneo. Logo percebe que a canção necessita de poesia e que precisará
aperfeiçoar-se na arte poética. Tinha à sua disposição um tesouro imenso: cinco
séculos de poesia francesa, desde François Villon (seu principal mestre,
nascido em plena Idade Média) até seus contemporâneos Paul Fort e Aragon,
passando por Lamartine, Victor Hugo e Verlaine.
A fama de
Brassens na cultura francófona é enorme!. Quase todos os franceses são capazes
de cantarolar uma dúzia de suas canções. Os seus personagens são tão conhecidos
quanto os de La Fontaine. Georges Brassens construiu um teatro imaginário,
atemporal, através do qual nos transmite uma filosofia humanista que hoje nos
parece cada vez mais moderna. Refazia exaustivamente cada canção, até atingir a
perfeição; para muitas de suas composições existem mais de 50 versões
temporárias. Os seus temas são essenciais de todos os lugares e de todos os
tempos: o amor, o passar do tempo, a morte, a amizade e, acima de tudo, a
vida... A vida mais forte do que as guerras e as ideologias, do que o poder e o
dinheiro, do que todo o conformismo.
Não conhecer
Georges Brassens significa perder toda uma fase da cultura popular francesa do
século XX e uma oportunidade única de mergulhar profundamente no patrimônio
poético francês. E muito, muito prazer!
in Isabel Pinho
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